Divisão do Atlântico

Toronto Raptors – 43W/16D

É ousadia, que fala? Ao mesmo tempo em que a franquia do Canadá conseguiu ousar, colocou um gigantesco ponto de interrogação para todo mundo que pensou que poderia prever a temporada de 2018-2019 do Raptors. Abrir mão de sua principal estrela em quadra e do seu comandante eleito melhor técnico do último ano, não é para qualquer um. Mas “mesmice” não define o Toronto Raptors. A chegada de Kawhi Leonard e do técnico Nick Nurse não só manteve o padrão de excelência do time, como também resgatou jogadores desacreditados após a última eliminação nos playoffs. Serge Ibaka e Kyle Lowry ganharam fôlego renovado na briga do Leste.
Como se as surpresas não quisessem parar, o pivô Paskal Siakam vem fazendo a melhor temporada da carreira e é franco candidato ao prêmio de jogador que mais evoluiu. Entre uma lesão e outra, Fred VanVleet também se consolida como principal arma vinda do banco de reservas.
E se alguém ainda tinha dúvidas de que o Raptors não está para brincadeiras, o time fez um lance ousado na janela de trocas: mandou o pivô lituano Jonas Valanciunas e outras peças para Memphis e recebeu o veterano espanhol Marc Gasol. Assumiu o risco de um contrato caro e de um jogador já com alguma idade pela experiência e a garra necessárias para concorrer ao título. O Toronto Raptors não tem medo nenhum de ousar e afastar assim, a fama de amarelão dos playoffs. É verdade que os esforços para tentar manter Kawhi no time ao final da temporada elevam o patamar do desafio, mas isso aí é outra história. A prioridade no momento é buscar o campeonato.  

Nota: 9

Boston Celtics – 37W/21D

Não é exagero nenhum falar que 9 entre 10 analistas colocavam o Boston no topo da tabela antes da temporada começar. Com mais da metade da temporada para trás, todo mundo caiu das nuvens, inclusive o Celtics. Bom para a competição, péssimo para os verdes.
Após a incrível campanha nos últimos playoffs, tendo parado diante de um Lebron James jogando em nível extraterrestre, o elenco do Celtics mesmo desfalcado dos seus principais astros, ganhou muita credibilidade. Do técnico, da torcida, do mundo. Mas o quanto isso pode ter influenciado no início “esquisito” do time, nós nunca vamos saber. O entrosamento da última temporada desapareceu com o retorno de Kyrie Irving e Gordon Hayward. Kyrie mesmo jogando em alto nível, não conseguiu envolver seus companheiros. Enquanto isso, Hayward vem lutando para recuperar o seu ritmo de jogo e a confiança para jogar em nível de All Star novamente, o que não é nada fácil dada a gravidade da sua lesão.
Combinar o ego e a habilidade de estrelas de calibre All Star com a vontade dos jogadores jovens como Jayson Tatum, Terry Rozier e Jaylen Brown, parece ter sido um outro patamar de desafio para o técnico Brad Stevens. Junte isso à polêmica declaração de Marcus Morris sobre a falta de entrosamento do time nos vestiários e teríamos uma receita de catástrofe. Mas o Celtics não chegou até aqui por acaso. O time permanece sendo um postulante ao título e tem conseguido vitórias importantes. E ao que parece, essa temporada ainda não será aquela em que veremos o “Celtics Definitivo”, já que o time não abandonou o interesse em Anthony Davis.

Nota: 7,5

Philadelphia 76ers – 37W/21D

Confiar ou não confiar no “Processo”? Eis a questão. Assim como o rival Boston Celtics, o Sixers saiu dos últimos playoffs como um dos favoritos no Leste para a atual temporada. A franca evolução dos astros Ben Simmons e Joel Embiid animou o mais cético dos torcedores. Só que a rasteira veio mais cedo.
Já começando a temporada sem Marco Belinelli e Ersan Ilyasova, importantes peças de apoio que não foram repostas, o Sixers ainda teve que lidar com a séria lesão de Markelle Fultz que comprometeu a capacidade de arremesso da eterna promessa universitária. De repente a equipe do técnico Brett Brown pareceu ter encontrado um limite intransponível e não conseguia elevar o patamar do seu jogo. O Philadelphia sabia que era um postulante ao título e que para continuar nessa posição, precisava se mexer. E mexeram.
A primeira troca substancial foi a que trouxe Jimmy Butler de Minnesota. O astro falastrão já tinha declarado sua insatisfação no elenco do Wolves antes mesmo da temporada começar e o Sixers viu uma oportunidade. Mesmo assim, não se contentou. Numa das trocas mais ousadas da janela, trouxeram do Los Angeles Clippers: Tobias Harris, Boban Marjanovic e Mike Scott. Não satisfeitos, mandaram Markele Fultz para Orlando, livrando-se assim da eterna especulação em volta do jogador e adquirindo Johnathon Simmons como peça de apoio. O Sixers sabe o tamanho do risco com os contratos de Harris e Butler expirando ao fim da temporada, tendo que renovar com os astros e comprometer a sua folha salarial. Mas a mensagem foi transmitida e ela é clara: os Sixers não vão se contentar em disputar menos que o campeonato.

Nota: 7,5

Brooklyn Nets – 30W/29D

Finalmente acabou o purgatório do Nets! Após amargar um longo período refém das trocas precipitadas que trouxeram para Brooklyn jogadores consolidados, mas em fim de carreira, a franquia vem entrando nos eixos. E muito bem, diga-se de passagem.
Por mais estranho que seja ver o Brooklyn brigando na parte de baixo da zona de classificação para os playoffs do Leste, tudo é fruto de um processo muito consistente. O time garimpou jovens e bons talentos que vem ganhando muito destaque ao longo da temporada. A terrível lesão de Carris Levert que vinha em franca ascensão, não abalou os rumos dos seus jovens colegas. Jarett Allen (lembram do toco no Lebron?), Spencer Dinwiddie, Rondae Hollis-Jefferson e o campeão do torneio de três pontos (!) Joe Harris provavelmente são nomes que muita gente ainda precise jogar no Google, mas que com certeza vão dar o que falar pelos próximos anos.
E como não poderia ser deixado de lado: D’Angelo Russell não sente saudade nenhuma do Los Angeles Lakers. O craque foi coroado com uma seleção para o All Star Game substituindo o lesionado Victor Oladipo, mas não teria sido surpresa nenhuma se já tivesse sido selecionado antes, pois vem fazendo a melhor temporada da sua carreira. Cabe ao Brooklyn reconhecê-lo como seu franchise player e estabelecer a equipe em volta dele. Após um passado lamentável, o futuro do Nets é promissor.

Nota: 6,5

New York Knicks11W/47D (Perfil do Colaborador: NY Knicks Brasil, Twitter, Facebook, Instagram: @NYKnicksBR)

A temporada 2018-2019 vem sendo bastante complicada para o New York Knicks. Ela está com certeza entre uma das piores da história da franquia, se não a pior. Acabamos de trocar nosso Franchise Player Kristaps Porzingis, e o time mais do que nunca está numa grande reconstrução totalmente focado no tank para essa temporada. O Knicks conquistou até o All-Star Break apenas 11 vitórias em 58 jogos, a 2ª pior campanha da liga, atrás apenas do Phoenix Suns. Vem sendo um ano complicado, mas que possui um pouco de esperança com relação a loteria do Draft e a próxima Free Agency. A perda do Porzingis logicamente não foi boa, mas como foi de interesse do atleta sair, temos que pensar no futuro e utilizar bem o que a trade dele trouxe de melhor para a equipe. O foco agora é manter a campanha para conseguir uma pick boa no Draft, continuar dando chance para todos os garotos jogarem e utilizar os veteranos de forma positiva no desenvolvimento dos jovens. Quando a FA chegar, temos que ser competentes e tentar recrutar da melhor maneira possível os jogadores para que a troca do KP tenha realmente valido a pena.

Nota: 3