E então haviam quatro…

As finais de conferência enfim estão entre nós. Os times que aqui chegaram: Golden State Warriors, Portland Trail Blazers, Milwaukee Bucks e Toronto Raptors. Cada um deles trilhou sua própria jornada com desafios muito particulares e contaram uma história fantástica até aqui. A pergunta que fica agora é quais serão os dois que sairão vitoriosos e vão se enfrentar na grande final? O nosso time se reuniu para conversar sobre as chances de cada uma das equipes e dar os seus palpites.

Final do Oeste

O Golden State Warriors chega à sua quinta final de conferência consecutiva, tendo levado o título de campeão do Oeste nas outras quatro oportunidades anteriores. O cenário é diferente do que se imaginava, é claro. DeMarcus Cousins, a grande contratação da equipe na temporada, se lesionou ainda na primeira rodada dos playoffs e não voltará a jogar. Mas se por um lado o “Boogie” Cousins poderia ser considerado de certa forma supérfluo para a equipe, o mesmo não se pode dizer de Kevin Durant, que sofreu uma lesão na panturrilha contra o Houston Rockets e tem seu retorno previsto ao longo dessas finais. Aquilo que num primeiro momento colocou em xeque o favoritismo dos Warriors ao perderem aquele que discutivelmente vinha sendo o melhor jogador dos Playoffs de 2019 até então, deixou de ser dúvida com as duas vitórias em cima de Houston que liquidaram a fatura para o time de Oakland. O time soube trazer o seu melhor basquete no estilo 2015, quando ainda não contavam com Durant e foram campeões. Stephen Curry e Klay Thompson voltaram a ser os gatilhos letais no ataque, ainda que não estivessem pegando fogo os dois ao mesmo tempo.

Pelo Portland, a jornada até agora tem sido uma crescente constante. O time do Oregon que chegou à pós-temporada cercado de dúvidas após a eliminação contundente por 4-0 nos últimos playoffs, cotado inclusive para perder o mando de quadra para o Oklahoma de Paul George e Westbrook, tem dado conta do recado jogo após jogo. As atuações de gala de Lillard e McCollum encantam a cada partida, mas não podem ser chamadas de surpresa para quem conhece e acompanha a carreira dos dois jogadores. Surpresa é o vazio causado pela lesão de Jusuf Nurkic ter dado espaço para Enes Kanter dar conta do recado no trabalho do garrafão e até mesmo o jovem Zach Collins surgir com uma contribuição sólida vindo do banco. Surpresa é Rodney Hood sair do banco e ter noite de 25 pontos. O Blazers parece não ter limites para as cartas que tira da manga, até mesmo em momentos onde é posto contra a parede, como quando o Denver abriu 3 a 2 na série e teve o match point por duas partidas mas não saiu vitorioso. Cesta do meio da quadra no estouro do cronômetro? Quatro prorrogações? O que mais o Blazers ainda pode aprontar nesses playoffs?

Nós aqui do BIG3, em maioria ainda vemos o Warriors como favorito na série pela versatilidade do elenco. Como dito anteriormente, se Cousins era supérfluo, Durant com certeza não o era. Mesmo assim Golden State soube desenvolver o seu jogo e isso não pode ser colocado na conta do Rockets, que fazia uma série parelha até ali. Com ou sem Durant, é pouco provável que o Warriors não desenvolva um jogo em que não saiba explorar as deficiências do Blazers. Muita atenção para Draymond Green e Andre Iguodala ao longo da série. Os matchups contra Maurice Harkless e Al-Farouq Aminu tendem a ser favoráveis aos jogadores do Warriors, que possuem mais recursos em seu arsenal. Se Lillard e McCollum tiverem que contribuir na defesa desses jogadores, isso possivelmente vai minar o seu fôlego ofensivo. Mas como disse McCollum ao fim do jogo de quatro prorrogações: “eu não estou cansado. Eu treino para isso”. Vamos ver se o Blazers faz por merecer o crédito colocado neles.

Palpites: Bamondes – Warriors em 6, Cadu – Blazers em 7, Mogli – Warriors em 5, Pétrus – Warriors em 6, Renan – Warriors em 6

Finais do Leste:

O time de melhor campanha da temporada regular segue repetindo o feito nos playoffs: o Milwaukee Bucks até agora sofreu uma única derrota e essa foi jogando em casa. Em uma comparação meio injusta, o Bucks foi a única equipe até aqui que ainda não passou por uma situação em que estivesse de costas para a parede, por mais decepcionante que possa ser perder o jogo 1 de uma semifinal jogando em seu próprio ginásio. O time de Mike Budenholzer parece estar em ritmo de treino e ajustes constantes, dando espaço para que todas as peças possam dar a sua contribuição para a engrenagem Antetokounmpo girar. O grego com todos os méritos vem sendo o principal personagem da equipe até então, fazendo mais de vinte pontos em dias notoriamente ruins (os poucos que tivemos até então). Nikola Mirotic como titular foi a resposta que o técnico Budenholzer deu quando as coisas pareciam fugir do controle e, ao que tudo indica, parece que funcionou. Ao final da série contra o Celtics, o time ainda contou com o retorno de Malcom Brogdon, outra peça importante na composição do elenco versátil do Bucks.

Já em Toronto a história tem sido mais dramática. A equipe passou por um teste de fogo logo após ter afastado o susto tomado com o Orlando Magic na primeira partida. O Sixers colocou a equipe do Raptors à prova e espremeu até a última gota de suor dos comandados de Nick Nurse que praticamente não contou com nenhum jogador do banco que não se chamasse Serge Ibaka. As atuações de Fred VanVleet e Norman Powell foram muito abaixo da média e se traduziram numa minutagem muito alta dos titulares em quadra. Menos mal pela qualidade desses titulares. Os homens grandes de Toronto fecharam o garrafão de tal maneira que dificultaram muito o jogo do Sixers, chegando a permanecerem os três (Marc Gasol, Paskal Siakam e Serge Ibaka) ao mesmo tempo em quadra. Mas o personagem do Raptors tem nome e sobrenome: Kawhi Leonard fechou a série com praticamente 32 pontos por jogo, com direito a cesta decisiva no estouro do cronômetro num jogo 7. O destino do Raptors na série passa inevitavelmente pelas mãos dele.

As finais do Leste surgem com a premissa de termos dois jogadores “imparáveis” até então: Giannis Antetokoumpo e Kawhi Leonard. É pouco provável que os dois procurem se marcar, até pelo risco de se pendurarem com faltas (problema pelo qual Giannis passou na série contra o Celtics). Se por um lado não é impossível Kawhi ganhar uma série praticamente sozinho, já que vimos Lebron James fazer justamente isso nos playoffs do ano passado, por outro é inegável o quanto o elenco do Bucks é mais completo com peças importantes servindo de coadjuvantes. A estratégia que o Toronto usou ao fechar o garrafão contra o Sixers obrigando o adversário a chutar de média e longa distância, dificilmente vai dar certo contra um time que conta com os arremessos de Middleton, Bledsoe, Lopez e Mirotic. Isso para não mencionar Ilyasova e Connaughton vindos do banco. Tarefa difícil para Kawhi e cia, em que pese as boas atuações dos companheiros (inclusive com Kyle Lowry aparecendo em momentos cruciais).

Palpites: Bamondes – Bucks em 6, Cadu – Bucks em 6, Mogli – Raptors em 6, Pétrus – Raptors em 6, Renan – Bucks em 6

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