A’ja Wilson na inauguração da estátua na Carolina do Sul (foto: South Carolina Athletics)

Michael Jordan, Larry Bird, Wilt Chamberlain, Kareen Abdul Jabbar, Karl Malone, Shaquille O’Neal, Lisa Leslie e agora A’ja Wilson: sabe o que todos esses atletas têm comum? Todos (e todas) são portadores de estátuas em homenagem aos seus grandes feitos no basquete. Dessa lista – que teve os nomes masculinos reduzidos a alguns – apenas duas são mulheres, as únicas que possuem estátuas dedicadas a si.

Em 18 de janeiro de 2021, A’ja Wilson inaugurou uma estátua em sua homenagem na parte externa do Colonial Life Arena, estádio que recebeu a jovem Wilson nos tempos em que defendia a camisa do Gamecoks pela NCAA. Um grande momento – na carreira e na história – para a ala-pivô do Las Vegas Aces, que atualmente está sob o título da jogadora mais valiosa da WNBA. Wilson vem trilhando um caminho de excelência na liga feminina, mas o começo dessa história foi na Carolina do Sul na época do college.

Uma das jogadoras mais consagradas do basquete universitário, foi Wilson quem levou o Gamecocks ao primeiro título da NCAA em 2017. A’ja chegou ao Final Four duas vezes, depois de três anos alcançando as finais de conferência com a equipe de South Carolina. Wilson foi nomeada a jogadora do ano em 2018, mesmo ano em que foi draftada em primeiro lugar pelo Aces, além de escolhida como rookie. Com dois anos de WNBA, se tornou a MVP. A’ja Wilson não é pouca coisa dentro de quadra, mas fora dela também se mostra uma gigante: uma voz ativa contra a injustiça racial e a brutalidade policial. Nada mais justo do que ser homenageada com uma estátua aos 24 anos.

A’ja Wilson com o troféu de campeã nacional da NCAA, em 2017 (foto: Tony Gutierrez, AP)

Sob o céu azul da Carolina do Sul em 18 de janeiro, A’ja Wilson anuncia a importância de estar ali. O dia é o mesmo consagrado ao Reverendo Martin Luther King Jr., e a dedicação dessa estátua não poderia ser mais especial: Wilson relembrou que sua avó, em tempos passados, não podia caminhar por aquele campus por ser negra, e hoje sua neta não só caminhou e venceu sobre ele, como também está cravada em um pedestal, esculpida em bronze.

Wilson, uma agente pela mudança, se vê plantando uma semente para o futuro, em que meninas negras olhem para aquela estátua, vejam que ela estava ali e como é possível ocupar esse espaço. Imortalizar A’ja Wilson, a atleta sublime e uma mulher de força imparável, é dizer que uma jovem mulher negra e jogadora de basquete é importante. É mostrar simbolicamente que o basquete feminino merece cravar memórias.

Um grande passo para as mulheres no esporte, que em comparação com os atletas masculinos figuram bem menos estátuas, o monumento dedicado a Wilson consagra que mulheres também jogam basquete e são bem-sucedidas. São vitoriosas. O nome dado pela artista Julie Rotblatt-Amrany foi Shoot For the Stars, e é exatamente isso que A’ja Wilson está fazendo: sonhando alto, arremessando longe e trilhando um caminho brilhante para um futuro que nunca esquecerá o que ela já fez.

A’ja se junta a Lisa Leslie, que está imortalizada no Staples Center pela história que fez com o Los Angeles Sparks, e Pat Summitt, a headcoach icônica da Universidade do Tennessee.