Eu já devo ter exaltado em colunas anteriores o quanto eu valorizo as amizades que as quadras me trouxeram. Mas mesmo assim fica a sensação de que nunca é o suficiente. Já peço desculpas ao leitor que veio por conta do título. Não vai ser dessa vez que eu vou contar a vocês sobre a minha aventura com o grupo do Harlem Globetrotters. Primeiro porque o tema é outro. Segundo porque essa aventura nunca existiu. Seguimos.

Sempre comparei o ato de sair para jogar basquete em diferentes lugares e com diferentes pessoas, o mais próximo da experiência do jogo “Pokémon” na vida real. Novos desafios, novas rivalidades, novas histórias pra contar e sem o Pikachu correndo atrás de você. À essa altura do campeonato eu acho muito difícil abrir a minha lista de contatos no telefone e não crer que metade dela tem a ver com o assunto “basquete”. Ou jogou, ou comentou ou assistiu comigo.

E tem aquelas amizades virtuais, tipo aquela música do Celso Portiolli. E se o leitor não sabe de que música eu estou falando ou, pior, sequer sabe quem é Celso Portiolli, é sinal de que alguma coisa está errada. Mas eu divago…

Falei pra vocês

As amizades virtuais são aquela galera que a gente conhece pelas redes supostamente sociais, por quem criamos respeito, consideração e admiração sem sequer jamais termos olhado nos olhos um do outro. Gente que te deixa com aquela vontade de estar junto pra valer, ouvir a voz e dar risada junto de um jeito que não seja teclando a letra “k” repetidas vezes. 

E é aí que entra o basquete. O basquete, a língua universal que te permite ser um brasileiro batendo uma pelada em Buffalo – NY, ou um americano de Atlanta – GA silenciosamente fazendo umas cestas no Aterro do Flamengo – RJ. O basquete que já me fez conhecer pessoas de outros cantos do Brasil que, de outra maneira, eu jamais teria conhecido antes. O basquete que me permitiu virar para uns amigos de São Paulo e perguntar “quem aí pilha bater uma bolinha?”, aproveitando uma curta estadia minha na cidade. E aí? Aí é que tudo fica diferente.

Domingo de garoa fina. Parque do Ibirapuera. Eu e meu amigo Kadu, do Rio de Janeiro (BIG3). Diego Silver e Lucas Guanaes (Área Restritiva), Moa (Canal Rebodunk), Otávio e Aurélio (Ponto de Cultura Tia Gê) de São Paulo. Amigos na quadra e bola rolando. Escorregões na quadra molhada. Pick and rolls inesperados. Cestas convertidas. Cestas perdidas aos montes. Chuva apertando. Resenha pós-jogo. Se eu falasse que era a primeira vez que nós nos encontrávamos pessoalmente, ninguém acreditaria.

Desculpa aí, Whatsapp. Mas isso aqui você não consegue trazer de jeito nenhum.

No que depender de mim, eu viajo o Brasil e o mundo atrás de novas quadras e novas amizades. Um brinde à elas.

Park em Buffalo – NY. Vídeo de imagem de capa desta coluna são frutos das viagens do amigo Cristian Pedroso

Confira nossa última Pelada de Domingo