Jogadoras do Atlanta Dream com as camisetas Vote Warnock (foto reprodução)

Esporte e política se misturam novamente: na quarta-feira, 6 de janeiro, o democrata Raphael Warnock chegou ao Senado dos Estados Unidos, derrotando a oponente republicana Kelly Loeffler. Warnock foi fortemente apoiado pelas atletas do Atlanta Dream, franquia da WNBA que pertence à Loeffler, após uma série de declarações racistas da candidata pelo partido republicano sobre o movimento Black Lives Matter.

Loeffler é uma das donas da franquia há cerca de 10 anos, e na temporada de 2020 se mostrou incomodada com o engajamento da liga nas lutas por justiça social, além de se posicionar contra o movimento do Black Lives Matter. A então candidata ao senado pelo partido republicano chegou a mandar uma carta para Cathy Engelbert – comissária da WNBA – reclamando sobre a politização da liga. Engelbert não autorizou que os protestos fossem boicotados, mas não tirou a propriedade da franquia de Loeffler.

A partir das declarações da republicana, as atletas do Atlanta Dream dedicaram apoio ao seu adversário político: Raphael Warnock, na época com apenas 9% de apoio para o ingresso no senado. As jogadoras usaram camisetas antes dos jogos pedindo que as pessoas votassem em Warnock, e o ato teve efeitos imediatos. O candidato passou a receber mais apoio, e após a visibilidade dada pelo Dream, conseguiu financiar sua primeira campanha na televisão, aumentando o apoio para 21% em dois meses.

A disputa política foi acirrada e precisou de segundo turno. A resposta veio em 6 de janeiro com a vitória de Warnock, com a ajuda das atletas da WNBA. Até LeBron James, depois da disputa, mostrou interesse em montar um grupo para adquirir a franquia de Atlanta. Mais uma vez, a WNBA se mostra uma liga engajada politicamente e uma agente da mudança.