Que Sabrina Ionescu é uma verdadeira estrela não há dúvidas. Porém, no jogo do New York Liberty contra o Phoenix Mercury na última quarta-feira (25), a imagem de Ionescu ao lado de Diana Taurasi para representar o embate goat versus goat gerou uma ~discussão~ entre fãs da WNBA: seria Ionescu tudo isso?
Já adiantamos aqui: sim, ela é tudo isso. Mas não no momento. Vale lembrar que Sabrina, depois de ser selecionada pelo Liberty na primeira escolha do draft de 2020, jogou apenas três partidas antes de se lesionar e perder a temporada inteira. Vale lembrar também que ela foi a 10ª atleta da liga a conseguir um triplo duplo – e a primeira da franquia que representa.
Sabrina Ionescu vem mantendo uma média de 10.5 pontos por jogo. A camisa 20 já tem papel essencial como armadora em seu time – é a quarta na liga em assistências – e mostra um QI elevadíssimo em quadra, encontrando espaços impossíveis para passar a bola. Mas Ionescu está vivendo o ano de rookie que não teve ano passado. E isso pesa. É preciso vasta experiência para carregar um time, experiência essa que ela ainda não tem – diferentemente de Diana Taurasi que, para se tornar a goat tal qual conhecemos hoje, tem seus 17 anos de excelência na WNBA.
A questão aqui é: Ionescu é a melhor atleta que o New York Liberty tem hoje, nesse exato minuto, nesse quinteto titular que está entrando em quadra agora? Não. Pois temos duas atletas que poderiam ser mencionadas e que vêm mantendo uma temporada consistente: Betnijah Laney e Sami Whitcomb. Laney, MIP de 2020 e recém-chegada ao Liberty, está sendo a chave para o jogo do Liberty acontecer: arremessa do perímetro, é capaz de driblar a marcação, arma o jogo e ainda atua pegando rebotes quando é preciso. É jovem, mas os cinco anos da liga lhe atribuem experiência para lidar com pressão.
Whitcomb segue a mesma linha: chegou ao New York esse ano, porém com dois títulos na mala vindo de Seattle. Também arremessa da linha de três como ninguém (ok, só não melhor que Allie Quigley), consegue armar o jogo e tem seus auxílios na defesa. Anos e anos de experiência: quatro ao todo.
A palavra que falta para Ionescu aqui e agora é consistência: a menina que teve o triplo-duplo estratosférico no início da temporada é uma menina. Ela vai ser inconsistente no seu começo de carreira, afinal é o recomeço do começo, sabendo que ela praticamente não teve o ano de estreia. Sabrina precisa ser inconsciente para chegar ao nível da melhor de todos os tempos que promete ser.
Porém, não lhe dão o tempo necessário: estampar o seu rosto para o embate goat versus goat é lhe jogar o peso do mundo nas costas. Tudo isso pelo nome atrelado a Kobe Bryant: a White Mamba versus a treinada pelo Mamba. Deixem o Black Mamba fora dessa. Deixem Sabrina crescer, e enquanto isso, será que podemos entregar o MIP para Sami Whitcomb? Obrigada.