O que é a lesão do Tendão de Aquiles e por que ela causa tanta preocupação em atletas de alto rendimento?

Por João Vital, um mineiro perdido no Mato Grosso, amante de esportes desde muito pequeno, coisa que herdou de seu pai. Torce pelo Lakers desde que viu um homem gordo (igual a ele!) sendo o melhor jogador em quadra nas finais de 2000. Aprendeu a amar o Corinthians com a avó e tem um time do coração em cada esporte possível nesse planeta. Ama animes, super-heróis e qualquer história do gênero fantasia. Adora fazer mil atividades extracurriculares e as vezes se perde com isso. Quando sobra tempo dedica suas horas ao estudo de medicina.

Primeiro, é válido dizer que o Tendão de Aquiles é o maior e mais forte tendão do nosso corpo, com cerca de 15 cm. Ele conecta os músculos da panturrilha ao calcanhar, sendo então de extrema importância para os atletas de alto rendimento, sobretudo de esportes como o basquete, uma vez que ele é responsável por dar impulso ao passo e por absorver a força quando os atletas aterrissam de um salto.

Então o leitor já deve ter em mente que a lesão desse tendão é realmente grave no esporte, uma vez que nenhuma recuperação do rompimento recupera 100% da elasticidade e plasticidade do tendão. Jogadores explosivos, como Kobe Bryant, foram especialmente penalizados por essa lesão, como pudemos ver nos anos finais da carreira do ex-jogador do Lakers. Os homens são os mais afetados, sendo que a lesão ocorre em até cinco vezes mais do que nas mulheres. Além disso, a faixa etária entre 30 e 40 anos também se apresenta como a mais acometida, como também podemos notar pelos casos de atletas que tivemos nos últimos anos. 

Existem várias teorias das causas desta lesão, mas quando pensamos em esportes, em geral, a causa mais comum é a mecânica. O rompimento ocorre geralmente na região onde há onde há menos vasos sanguíneos irrigando o tendão, mais ou menos entre 2 e 6 cm acima da região em que ele se prende ao calcanhar e é marcado por dor, inchaço e pela incapacidade de utilizar a perna afetada. No momento da lesão é comum se ouvir um barulho/estalido, que chamamos de “som da pedrada”. Esse barulho faz com que muitas vezes o atleta pense que foi atingido por um objeto (daí o nome dado pelos profissionais médicos) ou por outro atleta. O atleta acometido não consegue dobrar o pé para baixo, empurrar a perna no impulso da marcha, ou ficar na ponta dos pés. Se você tiver qualquer um desses procure um ortopedista imediatamente! Quanto antes o tratamento iniciar, melhores são as chances de recuperação do movimento. 

Klay Thmpson é um dos astros da NBA que já sofreram a lesão no Tendão de Aquiles. Foto: GTbets Blog.

O tratamento é demorado e quase sempre requer intervenção cirúrgica. Embora em lesões menos extensas (que não envolvem ruptura completa) pode ser adotado um tratamento mais conservador, com uso de bota e repouso do membro acometido. Independente da opção terapêutica inicial, o paciente terá de passar por um processo de reabilitação que pode durar de seis meses a um ano. 

Mas nós também podemos lançar mão de algumas estratégias que podem ajudar a prevenir essa lesão! São elas:

  • O alongamento e fortalecimento dos músculos da panturrilha (dicas de exercícios abaixo). 
  • Realizar um aquecimento intenso antes de movimentos de corrida e pulo. 
  • Variação de movimentos durante o exercício, alternando movimentos de corrida com movimentos de caminhada. 
  • Aumentar gradativamente a intensidade dos treinos (muitas lesões ocorrem quando os atletas voltam de um longo período de inatividade, como os casos de Kevin Durant e Klay Thompson, recentemente) 
  • Procure um educador físico para te auxiliar na criação de um plano de treinos que leve em consideração o seu preparo físico atual! 

 Dicas de Alongamento!

Nos degraus da escada, coloque os pés paralelos e deixe os calcanhares fora dos degraus. Coloque pelo menos uma das mãos no apoio de braço ou na parede e abaixe o calcanhar para que a gravidade atue. Realize pelo menos 30 segundos por dia, repita três vezes a cada exercício. Você pode aumentar a resistência à tração, apoiando-se com um pé apenas ou deixando o calcanhar descer mais. 

Outro exercício muito fácil é usando as paredes. Apoie a parede com as duas mãos, coloque um pé perto do joelho e dobre o joelho. Coloque o outro pé mais longe da parede, com os joelhos retos. Sempre coloque os calcanhares no chão e, em seguida, incline lentamente o corpo em direção à parede. Mantenha essa posição por pelo menos 30 segundos e troque as pernas. Repita três vezes para cada perna. O alongamento da panturrilha ocorre na perna de trás.