A free agency da WNBA ainda não começou, mas já está dando o que falar (foto: Scott Taetsch/Getty Images)

Apesar de não ter data para o começo da temporada de 2021, a WNBA começa a esquentar com o início das negociações de trocas no dia 15 de janeiro. Normalmente, o draft em abril antecede a temporada regular, que começa em maio. Porém, o cenário ainda pandêmico não dá uma certeza de quando as atletas voltam às quadras.

A classe de agentes livres de 2021 está repleta de estrelas que encerram seus contratos e podem assinar com novos times, além de mudar os destinos das franquias. Esse é um momento importante para a liga, já que a expectativa de para onde as jogadoras vão gera um crescimento considerável.  Nesse ano, alguns nomes importantíssimos estão na lista das agentes livres irrestritas – como Alysha Clark, Liz Cambage, Candace Parker e Natasha Howard.

Nesse momento, as jogadoras que são agentes livres, ou que estão sem contrato vigente, se dividem em quatro categorias: Agente Livre Irrestrito, podendo assinar contrato com qualquer equipe, Agente Livre Restrito – que podem negociar com qualquer time, mas a equipe anterior tem o direito de igualar qualquer oferta ­–, jogadora reservada, que só pode negociar com a própria equipe e os contratos suspensos e expirados, que também só podem ser renegociados com a mesma franquia.

Datas importantes:

1 a 14 de janeiro: as equipes enviam as ofertas para tornar as jogadoras restritas ou reservadas. As jogadoras que não se encaixarem nessa qualificação se tornam agentes livres irrestritas.

15 de janeiro a 1º de fevereiro: as jogadoras e as equipes podem começar a conversar, mas ainda nenhum contrato pode ser assinado.

1­º de fevereiro: começa o período de assinaturas da Free Agency oficialmente. Contratos liberados para assinar!


Se a WNBA se prepara para dar a largada, nós do BIG3 entramos no clima da corrida, e trouxemos uma lista de algumas atletas para ficar de olho durante as trocas:

Alysha Clark – Clark talvez seja uma das jogadoras mais cobiçadas dessa free agency, já que foi essencial para o título de 2020 do Seattle Storm. Uma das melhores atletas defensivas da WNBA, Clark já foi escolhida para os All Defensive Team, além de ser extremamente versátil e decisiva. Veterana, aos 33 anos, a ala-pivô impressiona pela inteligência dentro de quadra, além dos bons chutes de três e defesa do perímetro. Apesar de ser pouco provável que o Storm deixe Clark ir, é uma atleta que encaixaria perfeitamente em vários outros times por ser uma arma defensiva.  

Alyssa Thomas­ – Thomas foi uma força dominante durante os playoffs de 2020 e que quase levou o Connecticut Sun às finais, se não houvesse um Las Vegas Aces no caminho. A ala-pivô é mestre em rebotes, chegando ao seu recorde pessoal na última temporada, com 18 rebotes contra o Los Angeles Sparks. Alyssa Thomas exerce o esquema defensivo com maestria, além de orquestrar o melhor pick-and-roll da liga. É provável que ela retorne ao Sun sem grandes questões, apesar da lesão recente.

Alyssa Thomas (foto: Josh Huston)

Candace Parker ­– estrela do Los Angeles Sparks, Parker quase dispensa apresentações. Aos 34 anos, assinar um contrato longo com a ala-pivô poderia ser uma preocupação, se não fosse o que a torna uma grande estrela da WNBA: sua versatilidade. Aos 34, Parker não só concorreu ao MVP, como ganhou o prêmio de Defensive Player of the Year em 2020. Ela garante reforço dentro de quadra onde estiverem precisando, seja passando a bola, no rebote ou chutando de três quando outras jogadoras estão marcadas.

Candace Parker do Los Angeles Sparks (foto: Hans Gutknecht, Los Angeles Daily News/SCNG)

Diana Taurasi – É improvável que Taurasi escolha sair do Mercury, assim como é quase impossível que o a franquia de Phoenix deixe que Taurasi saia. Dito isso, a armadora é conhecida como a G.O.A.T da WNBA, e não é a toa: além de muitas – mas muitas – conquistas (três vezes campeã, duas vezes Finals MVP, uma vez MVP, dez vezes All-WNBA First Team, só para citar alguns), Taurasi é uma maquina de cestas e líder de todos os tempos em chutes de três. A White Mamba. Mesmo.

Erica Wheeler – Wheeler não aponta para o retorno com o Indiana Fever. A atleta perdeu a temporada de 2020 por conta de sintomas persistentes de COVID, e embora tenha um jogo rápido, combinando os roubos de bola, velocidade e arremessos certos, a propensão aos turnovers é algo que dificulta o dinamismo. Por outro lado, se ela reassinar com o Fever – que não vem de uma boa campanha –, será possível trabalhar em um jogo mais rápido, e com um dinamismo ofensivo interessante.

Liz Cambage – A australiana sabe intimidar dentro de quadra, além de ser uma arma ofensiva e uma das melhores post players da WNBA, sabendo criar arremessos ao redor do aro. Cambage impressiona pela dominância que exerce em quadra, além de saber criar jogadas que favorecem para pontuar, mas tem uma questão – que não chega a ser um problema: o desencaixe entre as duas protagonistas do Aces, Cambage e A’já Wilson, a atual MVP da liga. A atleta australiana acaba perdendo espaço ao abri-lo para Wilson, e isso poderia ser o motivo da mudança de franquia. *

Liz Cambage com a camisa do Las Vegas Aces (foto: reprodução/via instagram)

Natasha Howard – O Seattle Storm está com um roster praticamente em aberto e um salary cap que não conseguiria manter todas as jogadoras. Howard era uma das opções possíveis a não renovar o contrato, até que em 14 de janeiro, a core tag veio. Estamos falando da Defensive Player of the Year de 2019. É fato que os números de Howard caíram na última temporada, mas nada que fugisse do esperado, com a volta de Sue Bird e Breanna Stewart. Porém, Natasha Howard continua sendo uma defensora de elite com uma melhora significativa nos arremessos. Em 2020 foram em média 9.5 pontos, para 8.1 rebotes. *

Nneka Ogwumike – Ogwumike é um ponto de equilíbrio para o Los Angeles Sparks: líder de equipe, uma ala-pivô de excelência e uma das jogadoras que menos comete erros dentro de quadra. A atleta é o tipo de jogadora que está em todos os lugares, como uma facilitadora do time, defendendo e pontuando. Em 2020, Ogwumike chegou a 63% de aproveitamento dos true shootings. Uma peça fundamental. *

Nneka Oguwmike do Los Angeles Sparks (foto: Meg Oliphant/ Getty Images)

Sue Bird – Bird não vai sair do Storm. Essa não é nem uma preocupação. Umas das melhores atletas da liga, além de uma armadora impecável, a questão que paira sobre Sue Bird é a aposentadoria. No ano em que completa 41 anos, ela continuará a jogar?

*(a atleta negociou a core tag com a franquia)