Sabemos que os alas são sinônimos de versatilidade, já que eles fazem um pouco de tudo: marcam pivôs, marcam armadores, podem chutar de três, quem sabe até infiltrar, enterrar e até armar o time no ataque. Tendo em vista que no basquete um ala é um jogador de estatura média, no melhor dos mundos é bastante atlético com cerca de dois metros e pode atuar tanto no garrafão, quanto no perímetro. O tal do ala não precisa ter uma característica marcante e na atualidade pode jogar tanto na posição 2 (shooting guard), quanto na 4 (power forward).

Falar de ala, é falar dele: LeBron James – dono de um efeito que mudou a forma como entendemos essa posição em quadra. O Rei literalmente faz de tudo, mas atuando como o principal armador de suas equipes – um dos principais exemplos de um point forward, pois leva a bola até o ataque, chamando corta luzes ou fazendo o popular slash and kick.

LeBron James é um tipo raro: um jogador atlético, forte e com uma percepção e noção de jogo apuradas. Ele é capaz de renovar a categoria de ala-pivô, pois se anteriormente alas armavam o jogo e eram em sua grande maioria arremessadores, depois de LBJ muda-se completamente a forma de enxergar o jogo. Ele é o first ball handler e o primeiro criador de jogadas da equipe, deixando o armador como um arremessador que cria as jogadas fora da bola.

Hoje alguns jogadores da posição 2, mesmo sendo mais altos, também jogam de small forward. Alguns deles preferem jogar próximos à cesta, já que são uma força bruta no garrafão, pois os chamados bigmans se impõem fisicamente e impedem uma dunk ou a finalização. Isso diminui o repertorio ofensivo do time, caso o arremesso de perímetro não seja um elemento bem utilizado.

LeBron influenciou inúmeros outros jogadores a mudarem seu estilo de jogo para que pudessem criar mais arremessos para si e ou para os companheiros de equipe. No entanto, ele não foi o primeiro a ser considerado um ala-pivô: jogadores como Peja Stojakovic, Scottie Pipen e Magic Johnson – com tamanho de ala, mas com entendimento e visão de jogo aguçadas – foram apontados anteriormente.

Pipen e Johnson tinham tamanho de ala e ala-pivô, mas jogaram como armadores no ensino médio e na faculdade. Stojakovic, por sua vez, vinha da escola iugoslava de basquete, onde os atletas jogavam sem posições definidas, treinando todos os fundamentos com o objetivo de formar um jogador completo e que pudesse atuar em todas as posições.

Na atualidade esses jogadores têm bons representantes, o melhor deles sendo o Tesouro, o chamado Luka Doncic, que no Dallas Mavericks joga como armador, mas na seleção Eslovena é usado como ala. Porém, Luka não é o único: Draymond Green e Giannis Antetokumpo, ambos alas-pivôs, são os criadores de jogadas em seus times. Resumo da ópera: versatilidade é a palavra de ordem.