O que você me diz sobre o fade away do Dirk Nowitzki? Que tal o euro step do Manu Ginobili em transição? Fatal, né? Já pensou em ter um step back igual o do Harden para usar na pelada? “Sheeeeeeesh” … Mas enquanto não temos esse arsenal ofensivo, ou essa “bag” como dizem nos “states“, que tal umas jogadas ensaiadas com os amigos da panela?

Esse macetinho para sua pelada de final de semana se chama Triângulo Ofensivo ou “The Triple-Post Offense“. Jogada orquestrada por Sam Barry, treinador universitário da Carolina do Sul nos anos 40 e popularizada na NBA por Phil Jackson, com auxílio de Tex Winter – pupilo de Sam Barry. E hoje iremos desvendar e entender, da forma mais simples possível, como colocá-la em prática.

No futebol o que melhor se compara é aquele “um, dois” curto. Acontece que a grande dificuldade deste sistema no basquete é a disciplina e preparação física para impô-la durante todo o jogo, pois a movimentação é conjunta, mesmo sem a bola em mãos. Além disso, como em qualquer pelada, tem sempre um chutador que está estático no corner com as mãos “calibradas” e que não renuncia ao seu “hot spot” ou o pivozão que não sai de baixo do aro.

Basicamente o time configura o desenho de dois triângulos, o lado forte, que tem a bola e o lado fraco – sem a bola. Um dos princípios deste esquema ofensivo é a liberdade e necessidade de movimentação. Todos devem se movimentar e forçar trocas na marcação com cortes e paredes a fim de achar espaço para um chute, infiltração ou um “mismatch” (incompatibilidade na marcação, por exemplo o Shaq marcando o Derrick Rose na cabeça do garrafão).

Imagine as seguintes situações de ataque em um jogo entre Golden State Warriors e Cleveland Cavaliers de 2016 em que as marcações inicialmente são de Irving em Curry, JR Smith em Klay, Lebron em Iguodala, Kevin Love em Kevin Durant e Tristan Thompson em Draymond Green.

1º momento: Durant, na cabeça do garrafão, passa para Green no High-Post e corre para a direita fazendo uma parede para Curry, movendo-se do corner direito para a cabeça. Neste momento, após a parede, Kevin Love fica na marcação do Curry. Percebendo este mismatch pela agilidade e ball handling do Curry contra o Kevin Love, Green e o resto do time saem do garrafão para permitir que Curry parta para a infiltração após bater K. Love na cabeça do garrafão.

2º momento: Iguodala de handler na cabeça do garrafão com Curry no seu corner esquerdo e Green no High-Post. Iggy passa para Green e imediatamente faz uma parede para Curry, que se distancia de Dellavedova. Green percebe a chance do espaçamento e rapidamente passa para Curry que após a parede tem espaço para um chute de três.

3º momento: Conhecido como Pinch Post. Do lado forte do triângulo temos Curry com a posse de bola na cabeça, Draymond Green no High-Post e Iguodala, marcado por Lebron no corner esquerdo. Do lado fraco temos Durant na cabeça e Klay no corner direito. Durant faz uma parede para Klay e na troca da marcação é marcado por JR Smith, ou seja, um mismatch. Curry, ao perceber, passa a bola para Klay no lado fraco na cabeça do garrafão e este aciona Durant que corre para o Low-Post marcado por JR. Durant trabalha de costas com ampla vantagem física e ataca a cesta facilmente.

Esse modelo de ataque do triângulo provou-se vencedor ao longo da história. Foi utilizado pelos Bulls de Jordan e Pippen e Lakers de Shaq e Kobe. Pode na verdade, de forma bem simples, ser executada em nossas peladas por três jogadores e com certeza vai causar problemas para a marcação em zona e render uns pontinhos. Principalmente naquela pelada que tem cinco times de fora, a famigerada pelada onde “quem perder vai embora”.

Então, faz o fácil jogador… play the book.