Durante todo o século XX, os pivôs exerceram uma grande dominância na NBA. Extremamente fortes, ótimos reboteiros e defensores do aro, em uma análise histórica, é possível notar que durante a era passada do basquete masculino, eles eram os grandes protagonistas do jogo.

No entanto, a liga teve muitas mudanças a partir de 2010. O ataque passou a fluir, principalmente ligado aos arremessos, sendo o de meia distância menos eficiente e o da linha de três pontos o mais valorizado. Assim, aquele jogador de garrafão pesado que não sabe bater bola, não sabe arremessar nem de meia distância nem do perímetro, perde espaço para um jogo de movimentação coletiva e com muitos arremessos. Um bom exemplo é Golden State Warriors dos últimos anos, que jogava praticamente sem pivô, e onde todos poderiam armar o jogo e, na teoria, arremessar.

Os rebotes eram uma das funções que valorizavam os pivôs. Porém, esse fundamento se torna algo mais coletivo, por conta da mudança do sistema defensivo, de forma que o pivô faz um boxout, para que o armador ou outro jogador pegue o rebote, de forma que não é mais tão vantajoso brigar pelo rebote de ataque (a gente conversa sobre isso em um próximo texto).

Depois da temporada 2020/21, foi possível notar que os pivôs estão voltando aos holofotes, porém muito mais completos com arremessos do mid-range e do perímetro, e um jogo extremamente refinado no low post – infiltrando como um armador ou ala. Os pivôs modernos ainda têm a capacidade de armar o jogo, dando passes com um arsenal ofensivo bem diversificado, mesmo exercendo um papel muito mais importante na defesa e ainda podendo fazer o clássico: defender o aro.

Para sobreviver em quadra com essa tendência, o pivô moderno também tem de ser um jogador 2 way com o máximo de recursos possíveis, inclusive também marcando jogadores de perímetro.

(créditos: Bart Young/NBAE via Getty Images)

A última vez em que um pivô foi eleito MVP foi na temporada de 1999/2000, com Shaquille O’Neal sendo premiado. Vemos a mudança! Corta para a temporada 2020/2021, Nikola Jokic é o nosso bom exemplo atual: um pivô extremamente diferenciado, com um arsenal ofensivo diversificado para um jogador do seu tamanho e que traz de volta o protagonismo da quinta posição.