Taurasi e Maradona: o encontro de dois ídolos. Foto: Basquete Plus.com.

Hoje é 25 de novembro, data marcada para a estreia da Hora do Clutch, da autora que vos fala, e confesso que estava empenhada em uma primeira coluna emblemática dando os primeiros pitacos sobre a WNBA – afinal, vem aí! Mas hoje, 25 de novembro de 2020, o dia ficou marcado pela partida de um dos maiores gênios do esporte: Diego Armando Maradona. Então, com licença, mas vamos tirar o dia de hoje para falar del Pibe, encontrando paralelos entre ele e o esporte da bola laranja – e as mulheres que jogam.

Maradona foi figura emblemática dentro e fora de campo e a meu ver, é isso que o torna gigante e inesquecível. Um ídolo dos nossos ídolos, também tinha suas idolatrias no basquete, desde a vontade de conhecer Jordan pessoalmente, a foto sorridente ao lado de Magic Johnson até a admiração por LeBron James. Manu Ginóbili, grande nome do basquete argentino, foi mais um marcado pela excelência de Dieguito, ao afirmar que seu encontro com o astro o tornou mais generoso. E não podemos esquecer do eterno Kobe, que tinha em Maradona um ídolo, depois de assisti-lo jogando no Napoli, enquanto morava na Itália.

Mas já que estamos aqui para falar do basquete feminino, vim traçar mais um paralelo: Diana Taurasi, a G.O.A.T., é outra figura marcada por D10S. O enlace da armadora do Phoenix Mercury com a Argentina começou no encontro de seus pais: Lili, argentina, e Mario Taurasi se conheceram quando o italiano se mudou para o país hermano para ser goleiro. Diana nasceu na Califórnia, mas morou na Argentina até os 13 anos e passou toda a infância jogando futebol. Na hora de escolher os caminhos profissionais, a bola laranja falou mais alto e deu no que deu: o reconhecimento como uma das melhores de todos os tempos. 

O carinho pelo futebol ficou, e tratando do desporto e da Argentina, não tinha como Maradona passar longe. A jovem Taurasi cresceu assistindo aos vídeos del pibe de oro que seu pai lhe mostrava, mas o momento mais icônico dessa história foi o grande – e rápido – encontro nas Olimpíadas de Beijing em 2008. Vestindo a camisa da seleção estadunidense, e levemente nervosa, a armadora acompanhada de Adam Silver caminha até onde Maradona estava e, enfim, abraça a Mão de Deus, entre expressões efusivas e muita emoção.

A declaração de Taurasi na época é de comover até o coração mais duro: “Foi o momento em que fiquei mais nervosa em toda a minha vida para encontrar uma pessoa. As pernas tremiam, a mão suava, as palavras não saíam. Estar ao lado de um dos maiores jogadores de todos os tempos foi sem dúvida uma das coisas mais incríveis que já me aconteceram”. Ela afirmou, em outra entrevista, que o encontro foi altamente celebrado pela família Taurasi e brincou que foi considerado o “seu maior feito”.  

Kobe Bryant em janeiro, Maradona em novembro: assim como para todos os fãs de esporte, 2020 não tem sido fácil de digerir para Taurasi, que perdeu dois dos ídolos que a tornaram a atleta de hoje. Perde-los dói. E nos despedimos de mais um hoje. ¡Gracias por todo Diego

O encontro de Diana e Diego. Vídeo: YouTube.